Os millennials e a geração Z constituem grupos de pessoas nascidas entre a década de 1980 e o início dos anos 2000. O que une essas gerações? Entre outros aspectos, o gosto pelos games, ou seja, pelos jogos em geral. A chegada dessas pessoas ao mercado de trabalho tem ocasionado o surgimento da chamada gamificação, uma estratégia interessante de estímulo e motivação.
Mas afinal de contas, o que significa gamificação? De que maneira ela pode ser colocada em prática? Quais vantagens ela pode proporcionar? Contaremos tudo a você neste artigo. Continue a leitura e aproveite!
O que é gamificação?
A gamificação é uma estratégia em que características de jogos são implantadas em processos escolares e empresariais. O objetivo dessa estratégia é estimular uma competição saudável e a produtividade nos membros de uma equipe. Também é uma forma de tornar a aquisição de conhecimento mais prazerosa, atrativa e interessante, potencializando o aprendizado.
A gamificação reproduz características de jogos em outros ambientes, como competição individual ou em equipes, narrativas, mensuração de desempenho, desafios, recompensas aos vencedores, níveis, rankings, pontos e prêmios.
Essa técnica já era conhecida nos departamentos comerciais das empresas, como um estímulo ao alcance das metas. Atualmente, ela também tem sido adotada em outras áreas das empresas, nas experiências do cliente e nas instituições educacionais.
Você já observou que algumas empresas criam rankings para acompanhar as metas batidas por seus vendedores? Algumas delas até mesmo oferecem jantares e viagens. Isso é gamificação pura!
Qual é o conceito por trás da gamificação?
Se você já jogou algum tipo de jogo, sabe quanto essa atividade exige concentração e foco. Quando um indivíduo está jogando, ele fica absorto e entretido, dedicando toda a sua energia a alcançar a meta estabelecida.
A persistência é ressaltada porque a pessoa deseja vencer aquele desafio. Nem sempre o objetivo é ganhar a recompensa, mas provar para si mesmo o seu próprio potencial e competência.
O conceito de aplicação da gamificação nas instituições de ensino e nas empresas é justamente esse: promover um alto nível de engajamento e gerar motivação por meio dos jogos. Com eles, é possível estimular ou moldar comportamentos, impulsionando as habilidades de foco que já citamos, a determinação e a superação.
Cada etapa vencida faz com que o indivíduo se sinta motivado porque consegue perceber a sua própria evolução. Ele adquire a capacidade de avaliar o seu próprio desempenho e refletir sobre aquilo que precisa ser feito para melhorar cada vez mais. Assim, busca caminhos para alcançar a excelência.
Outro conceito importante que a gamificação traz é o senso de urgência. Ela acontece porque existe um tempo ou limite de chances para que a pessoa passe por uma determinada fase ou alcance uma meta. Logo, ela precisa se empenhar para conseguir cumprir aquele desafio.
Isso vai se refletir de forma positiva nas tarefas do dia a dia. O profissional conseguirá lidar com as demandas urgentes sem se sentir pressionado. Ele saberá como se concentrar e manter o foco para garantir que aquilo seja feito com precisão e qualidade.
Existem alguns jogos que envolvem mais de uma pessoa. Quando a gamificação é aplicada dessa forma, ela ativa o senso de colaboração entre os profissionais. Todos precisam trabalhar juntos e cada um fazendo a sua parte para que o objetivo seja alcançado. A equipe se torna mais unida, com propósitos alinhados e focada nos mesmos objetivos.
De que maneira a gamificação pode ser utilizada?
Há empresas que interagem diretamente com o cliente. Algumas delas criam programas de fidelidade em que, à medida que o cliente consumir os seus produtos ou serviços, consegue juntar pontos que podem ser trocados por um novo produto. Há outras organizações que classificam os clientes em categorias premium, oferecendo benefícios exclusivos àqueles que compram mais ou que são clientes há mais tempo.
Dentro das próprias organizações, a gamificação também pode ser implantada. Além do exemplo que já citamos de premiar os colaboradores que promoveram mais vendas, há outros muito interessantes. Há organizações, por exemplo, que premiam o funcionário mais pontual, enquanto outras criam competições sobre os conhecimentos referentes a um treinamento corporativo.
Nas escolas e universidades, como dito, a gamificação também existe. Professores fazem quizzes ao fim da aula para dar um ponto positivo ao aluno que se destacar. Nessa mesma linha, surgem as olimpíadas de redação ou de matemática, que podem ser realizadas internamente ou até mesmo envolver escolas de uma determinada região.
Como aplicar a gamificação no ambiente corporativo?
Uma das grandes vantagens da gamificação é a sua versatilidade. Essa estratégia pode ser moldada de acordo com os objetivos e as necessidades da empresa para ser aplicada de diferentes formas no ambiente corporativo. A seguir, apresentamos algumas possibilidades de aplicação.
Treinamentos
Os treinamentos precisam acontecer de forma constante dentro das empresas. Mas para que eles tragam os resultados esperados, é fundamental que o colaborador se envolva e consiga assimilar o conteúdo passado. Porém, é difícil isso acontecer quando o treinamento se resume a apostilas e palestras longas e enfadonhas.
Quando aplicamos a gamificação para treinar colaboradores, eles têm uma participação mais ativa no processo. As atividades se tornam mais interessantes, permitindo vivenciar experiências e ver como tudo funciona na prática do dia a dia.
Além disso, os colaboradores recebem recompensas por suas mudanças de comportamento, pelas atitudes e posturas. Assim, a tendência é de que prestem cada vez mais atenção àquilo que está sendo ensinado para que consigam continuar evoluindo.
Isso também faz com que o cérebro consiga assimilar de uma forma muito mais fácil as informações. Elas são passadas em uma experiência interessante, então, dificilmente os colaboradores vão esquecer aquilo que aprenderam.
Processos de seleção
A utilização da gamificação em processos seletivos permite verificar, por exemplo, a postura, o comportamento e as decisões de um indivíduo em relação aos desafios que ele enfrentará no dia a dia do cargo que pretende ocupar.
Ou seja, podemos simular situações do cotidiano que o profissional vai vivenciar. Com as regras dos jogos, conhecemos melhor o seu perfil e sua ética, para descobrir se ele se encaixa na vaga.
Comunicação interna
Alguns conceitos aplicados aos jogos podem ajudar a melhorar a comunicação interna durante o processo de resolução de problemas ou na elaboração de um projeto. Isso porque podemos construir uma dinâmica para que todos possam se envolver nesse processo.
Vamos incentivar o trabalho em prol do mesmo objetivo, sempre atuando em equipe e alcançando pequenas metas para vencer o desafio. A comunicação é otimizada porque a troca de informações é fundamental para que o grupo consiga avançar.
Desenvolvimento de pessoas
Além dos treinamentos oferecidos para grandes grupos de colaboradores, existe também a necessidade de promover o desenvolvimento de forma individual. A gamificação é uma grande aliada nesse sentido, pois ajuda no aprimoramento ou no despertar de habilidades importantes no ambiente corporativo.
As empresas podem disponibilizar cursos e treinamentos individuais que trazem os conceitos dos jogos para que o colaborador trabalhe o seu desenvolvimento. Inclusive, é interessante analisar o potencial de cada profissional e sugerir cursos para ele se desenvolver conforme aquilo que for interessante para a própria empresa.
Plano de carreira
Como escolher os colaboradores que vão ocupar cargos importantes? Podemos utilizar os jogos para avaliar a capacidade, as habilidades e a competência deles. É possível criar um sistema de ranqueamento para fazer a comparação da evolução entre os colaboradores, verificando quais têm potencial para determinados cargos, a fim de direcionar da maneira mais adequada o plano de carreira.
Quais são as vantagens da gamificação em uma empresa?
O ser humano tem uma natureza competitiva. Mesmo em contextos que não sejam naturalmente competitivos, ninguém quer perder uma disputa. Por isso, ela estimula as pessoas a darem o melhor de si, seja no trabalho ou nos estudos.
Entre os clientes, a competição permite que as empresas faturem mais, pois ações do tipo estimulam o consumo. Nas escolas, a gamificação é um incentivo extra para que os estudantes se esforcem.
Por fim, nas empresas, ela também é um fator motivacional para que os colaboradores tenham um bom desempenho, alcançando as metas em suas respectivas funções. Portanto, a gamificação atua como um intensificador da produtividade e da criatividade.
Além dessa melhoria no desempenho, esse método também pode deixar o ambiente empresarial mais descontraído, desde que os competidores não percam a esportividade do processo. As equipes ficam mais unidas, e os colaboradores podem até mesmo melhorar as suas habilidades sociais e de comunicação.
Por fim, a estratégia estimula a aprendizagem, desenvolve novas habilidades e ainda disponibiliza um feedback instantâneo — a pontuação do “competidor” é, ao mesmo tempo, uma divertida e menos tensa avaliação do seu desempenho.
Quais empresas utilizam a gamificação?
É interessante saber que a gamificação é um processo que vem sendo adotado por diferentes organizações. Grandes empresas já descobriram os benefícios que essa estratégia pode trazer.
A Microsoft, por exemplo, precisava que os funcionários aperfeiçoassem o domínio de idiomas, assim, apresentou traduções ruins em um jogo e os profissionais espontaneamente aderiram a ele fazendo correções na tradução.
A Siemens utilizou a gamificação para que o usuário se tornasse um gerente de fábrica, tomando decisões importantes envolvendo temas como investimento em tecnologia, eficiência energética e gerenciamento de pessoal.
A L’Oréal, por sua vez, utilizou a gamificação para aprimorar a comunicação e o treinamento dos consultores de beleza da marca. Ela criou um aplicativo em que os jogadores acumulavam distintivos e pontos de experiências ao concluir cada curso oferecido.
Outras empresas também aderiram a essa estratégia, como:
Domino’s Pizza;
Deloitte;
Bluewolf;
Google;
Omnicare;
HP; e outras.
Quais cuidados devem ser tomados ao adotar a gamificação?
Não há como negar que a gamificação traz uma série de benefícios para a empresa e também para o próprio colaborador. Mas antes de implementar essa estratégia é preciso adotar alguns cuidados para garantir a eficiência nos resultados.
Defina muito bem os objetivos que pretende alcançar.
Analise a atual situação da empresa e estabeleça os resultados desejados.
Planeje a melhor experiência para implementar a gamificação conforme o objetivo estabelecido.
Estruture muito bem o processo determinando regras e recompensas atrativas.
Mantenha o planejamento alinhado à cultura e valores da empresa.
Escolha a melhor solução para implementar a gamificação, considerando o perfil do usuário.
Acompanhe os resultados para fazer comparações com o estágio inicial e descobrir se as metas estão sendo batidas.
Como escolher as soluções ideais para implementar a gamificação?
A solução que será utilizada para implementar a gamificação também pode fazer toda a diferença no resultado. É preciso que ela desperte o interesse dos colaboradores para que eles se envolvam com a estratégia.
Para escolher a solução ideal, é preciso considerar:
os objetivos;
o perfil dos usuários;
os resultados que se espera alcançar;
os recursos e as funcionalidades disponibilizados;
as metodologias utilizadas pelo desenvolvedor da solução;
a versatilidade da solução para que ela possa ser aplicada de diferentes formas;
a maneira como o acesso à solução acontece;
o sistema de atribuição de pontos, recompensas ou outros.
Escolha muito bem a empresa parceira para que você contrate uma solução que atenda de forma satisfatória as demandas do seu negócio.
A gamificação, portanto, consiste em um conjunto de estratégias que transformam o trabalho e o estudo em um jogo. Mesmo depois de adultos, todos nós continuamos a apreciar o aspecto lúdico das tarefas. Ainda mais quando há algum prêmio envolvido, ele acaba por se tornar um estímulo extra ao bom desempenho das equipes. Não é à toa que empresas modernas têm aderido à estratégia.
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