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Já ouviu falar em presenteísmo? Confira o guia sobre o assunto

O presenteísmo não é um fato novo. Desde o início da administração científica há a ideia de colaboradores atuando no automático. Enquanto as atividades repetitivas da era da especialização da produção eram o padrão, e isso já fazia diferença, a complexidade do ambiente de negócios atual não dá nenhuma margem para distrações.


Muitas vezes, a existência dessa situação está ligada à mentalidade das empresas, que consideram natural a insatisfação dos funcionários com o trabalho, creditando seu baixo comprometimento e desempenho insatisfatório ao que entendem ser uma postura comum.

Entretanto, todo esse cenário precisa ser superado, uma vez que gera consequências negativas para todos. Quer saber como fazer isso e muito mais? Confira este guia sobre o assunto!


O que é presenteísmo?


Conceitualmente, presenteísmo se refere a uma forma de ausência mental em que os colaboradores estão fisicamente em seus empregos, mas mentalmente distantes ou distraídos, não conseguindo focar plenamente na realização das tarefas.


Ocorre quando os pensamentos não se fixam nas atividades profissionais, gerando a incapacidade de se dedicar totalmente a sua execução. Na prática, isso significa que o funcionário está agindo no automático e dando menos atenção às nuances que estão fora do padrão comum a cada situação.


Quais são os tipos de presenteísmo mais comuns?


A falta de comprometimento, de produtividade e de qualidade nas entregas tornam essa situação um problema para os empreendedores. Eles acabam culpabilizando o colaborador e cobrando uma mudança de atitude. Mas nem sempre isso acontece porque o funcionário quer. Entenda melhor caso a caso!


Presenteísmo involuntário


Esse tipo é caracterizado pela falta de controle do colaborador sobre suas causas. Pois, ocorre quando fatores externos e alheios à sua vontade, tanto pessoais quanto profissionais, criam um quadro de distração do qual o presentismo é um efeito.


Além disso, a eliminação do problema não depende de uma mudança de atitude do funcionário, mas de ações da própria empresa ou da superação de um cenário privado para que ele volte a desempenhar suas tarefas no nível anterior.


Presenteísmo voluntário


Diferentemente do tipo anterior, o presenteísmo voluntário é aquele no qual a procrastinação acontece devido à atitude do funcionário em relação ao emprego, a empresa ou a vida em geral.


Desde perfis indisciplinados e pouco comprometidos até aqueles que apresentam uma baixa valorização da colocação profissional em que estão, formam o grupo de colaboradores que se volta para distrações com frequência quando devia trabalhar.


Nesse caso, não há problemas externos e preocupações ocupando a sua mente, apenas a decisão consciente de se dedicar a outras atividades sem ligação com sua função durante o expediente.


Presenteísmo por adoecimento


Essa situação é específica dos quadros em que existe um adoecimento físico ou emocional que faz com que os colaboradores fiquem com medo de perder o emprego por estarem doentes e precisarem se ausentar para se recuperar.


Nesse contexto, o presenteísmo é um efeito das preocupações ligadas ao cenário econômico e à mentalidade que vigora no mercado, na qual esse tipo de falta é malvista. Com o tempo, sanando a causa, ele consegue voltar a se focar no trabalho, realizando suas atividades sem dificuldades ou lentidão.


Quais são as principais causas por trás desse problema?


Por trás do presenteísmo sempre há um conjunto de causas com origens culturais, fisiológicos, e emocionais. Confira a seguir as principais e entenda como se relacionam ao quadro!


Excesso de trabalho e de pressão


O excesso de tarefas ou a pressão para desempenhá-las rapidamente é a principal fonte de estresse nas empresas hoje em dia. Isso se deve uma crença que muitos gestores têm, na qual a produtividade se limita a quantidade de entregas realizadas em um determinado período.


Ainda, há profissões nas quais o baixo número de pessoal capacitado disponível para contratação exige o atendimento de uma alta demanda a fim de suprir o mercado, requerendo horas extras e deixando pouca margem para o erro.


Nesse contexto, as consequências tendem a ser contrárias ao esperado. Afinal, há a diminuição da capacidade produtiva e da qualidade da execução das atividades, criando um fluxo de retrabalho para corrigir essas falhas que ampliam a falta de tempo.


Despreparo para a função exercida


Outra causa do presenteísmo que afeta a qualidade das entregas é o despreparo para a função a desempenhar. Essa situação tem acontecido com frequência em empreendimentos que querem reduzir custos e, para tanto, estão impondo tarefas que são atribuição de perfis seniors para colaboradores juniors.


Ao perceberem que não sabem como realizar as atividades sobre as quais agora têm responsabilidade ou que cometeram erros graves tentando, esses funcionários sofrem com estresse, ansiedade e burnout.


Tudo isso é agravado quando a cultura da empresa é de culpabilização, apresentando pouco suporte para resolver os problemas gerados ou uma total ausência de meios para que esse profissional aprenda como fazer as ações delegadas.


Problemas pessoais


Questões pessoais — familiares doentes, relacionamentos em crise, dívidas, reformas em andamento, filhos com dificuldades na escola, pendências burocráticas e legais, entre outras problemáticas —, também podem afetar a capacidade de atenção dos colaboradores.


Tratam-se de problemas que causam grande angústia e preocupação, distraindo mesmo quando o profissional quer manter o foco no trabalho. Esse cenário de presenteísmo se intensifica com o desconhecimento sobre quais caminhos tomar para resolver a situação.


Adoecimento físico ou mental


Quer sejam decorrentes do ambiente corporativo, de situações pessoais ou mesmo de causas fisiológicas, depressão, ansiedade e outras doenças emocionais são conhecidas por impactar a capacidade de concentração daqueles que sofrem com elas. Em muitos casos, esse é um sintoma do quadro, já que atrapalha a vida.


Por outro lado, o adoecimento físico está mais relacionado ao absenteísmo no mercado de trabalho. Embora, empresas com uma cultura que condena ou que demitem colaboradores que tiram licenças para cuidar da saúde, acabam impulsionando o presenteísmo.


Ou seja, além do turnover que a situação acarreta — tanto pelo desligamento voluntário quanto pela dispensa por iniciativa do negócio —, há perdas de produtividade em relação a quem opta por se fazer presente fisicamente, apesar de não estar em condições de entregar resultados.


Cultura e clima organizacionais tóxicos


Em relação à cultura de uma empresa, seus valores são a base que norteia o comportamento de líderes e colegas no dia a dia. Ou seja, desde a forma como os colaboradores são tratados até o padrão do que é aceitável parte disso.


Seu principal impacto é construir um clima organizacional. Assim, se esses elementos são tóxicos, a tendência a que haja conflitos, desconexão com o negócio e um sentimento de abandono por parte da equipe. Na prática, qualquer um desses aspectos já leva ao presenteísmo. Porém, quando combinados compõem um quadro gravíssimo.


Falta de reconhecimento


Funcionários com alta performance ou que estão se esforçando para atingir determinados resultados precisam ser reconhecidos — com cargos, salários, benefícios e palavras de incentivo — para seguir nesse caminho de progresso.


A falta dessa atitude tende a acarretar uma percepção de que a empresa dá pouca importância para eles ou para seu empenho, fazendo com que deixem de se esmerar tanto e passem a ir para o trabalho apenas porque tem contas para pagar.


Não se engane, até aqueles que recebem destaque podem sofrer com isso ao perceberem que uma pessoa que não entrega um desempenho tão elevado sendo promovida ou recebendo o mesmo tratamento.


Inadequação da liderança


Semelhante ao cenário em que há uma alta pressão para cobrir um elevado número de tarefas rapidamente, o ambiente dominado por uma liderança inadequada e crítica gera uma sensação de frustração ou impotência no colaborador.


Enquanto lá é o tempo o principal inimigo, aqui são os padrões estabelecidos que fogem do possível, não são adequados às competências do funcionário ou mudam com frequência sem explicação ou sentido lógico.


Outro agravante é o comportamento desse gestor. Quando não há preparo para exercer esse tipo de cargo, o profissional se torna cada vez mais ríspido e controlador. Ainda, por sentir-se ameaçado, cria ou percebe problemas que não existem em situações banais, impactando o clima organizacional negativamente.


Dificuldades interpessoais


Uma relação ruim com os colegas nem sempre é fruto de uma cultura organizacional tóxica. Como visto, os comportamentos do líder podem levar a isso. Outros cenários que contribuem para tanto abrangem perfis divergentes e conflitantes que precisam colaborar ou a ausência de soft skills.


Assim, o presenteísmo surge em consequência de uma combinação de situações ligadas a essas divergências, que acabam atrapalhando o progresso do trabalho e alimentando, ainda mais, o quadro negativo.


Baixa identificação com a empresa


Ainda que o clima e a cultura organizacional não sejam tóxicas ou interfiram no andamento cotidiano da empresa, seus valores podem causar o presenteísmo de outra forma. Nesse caso, é a falta de identificação com o propósito do negócio ou a ausência de uma missão clara que desmotive os colaboradores.


Na prática, isso faz com que o funcionário não se engaje com suas atividades e acabe executando tais tarefas de maneira automática apenas por obrigação, contanto as horas para que o turno de trabalho termine.


Como se diferencia do absenteísmo?


Basicamente, a diferença entre absenteísmo e presenteísmo está em se o funcionário vai ou não trabalhar. No primeiro, não há sua presença na empresa. Enquanto no segundo, o colaborador está fisicamente no estabelecimento, mas não é capaz de dar a devida atenção ao que deve fazer.


Embora suas causas sejam semelhantes — adoecimento, estresse etc. —, seus efeitos diferem. Pois, quando o trabalhador simplesmente não aparece, a gestão do negócio consegue colocar alguém no seu lugar para realizar suas tarefas. Por outro lado, se ele está presente sem entregar eficiência, o processo empresarial sofre atrasos ou perdas.


O que observar para identificar o presenteísmo na empresa?


Identificar o presenteísmo requer um cuidado especial dos gestores para não confundirem queda nos resultados causadas por mudanças no sistema de trabalho, por exemplo, com tal problema. Na prática, é preciso observar o contexto por algum tempo para perceber pontos como:


  1. a diminuição brusca e injustificada na produtividade, na eficiência ou no rendimento, com pendências se acumulando;

  2. o aumento exponencial de erros básicos sendo cometidos em tarefas simples, cujo processo de execução o colaborador domina;

  3. uma atitude persistente de indiferença, desmotivação, pouco envolvimento e baixo engajamento;

  4. a redução, inexistência ou dificuldade de construir relações interpessoais e criar vínculos com os demais;

  5. conflitos ou reclamações constantes e coerentes sobre atitudes de determinado colega ou líder;

  6. a mínima participação do funcionário em reuniões, conversas ou momentos de colaboração;

  7. um excesso de distrações, falta de concentração e dispersão frequentes no ambiente empresarial;

  8. o surgimento de sinais de cansaço, de sintomas de doenças ou de comportamentos abusivos e obsessivos ligados à busca manter a mente ocupada.


Como evitar que o presenteísmo atinja a equipe?


Evitar o presenteísmo é algo bastante complexo de se fazer. Não só pelas suas diversas causas, como também pelo fato da empresa não ter controle sobre todas elas. Entretanto, mesmo em questões pessoais é possível para o empreendimento ajudar o colaborador. Descubra como a seguir!


Construa uma cultura positiva e envolvente


Pelo visto, a cultura, os valores e objetivos do negócio são a base da atitude dos colaboradores. Quando esses elementos são positivos — moldados pela ética e pelo respeito — e envolventes, você terá comportamentos nesse nível.


Como efeito, ninguém se sente à vontade para ser tóxico, já que da alta liderança ao operacional todos pactuam de uma mesma mentalidade. Isso reduz pressões, críticas e outras práticas que atrapalham o bem-estar da equipe no trabalho. Ao mesmo tempo, seus impactos chegam àqueles que praticam o presenteísmo voluntário, inibindo essa postura.


Otimize o clima e o ambiente de trabalho


Do pilar que representa a cultura organizacional para o clima na empresa é viável erguer, por meio de atitudes de incentivo e motivação, algo ainda melhor. Nesse sentido, além de não adotarem posturas prejudiciais, líderes e colegas se tornam impulsionadores do bem-estar no ambiente de trabalho.


Tudo isso começa com políticas e ações voltadas para esse objetivo, incluindo:


  1. se posicionar de forma justa e ética, fazendo jus a confiança necessária para a colaboração profissional;

  2. promover o equilíbrio entre a vida pessoal e corporativa, não excedendo demandas nem invadindo o período dedicado ao outro;

  3. acolher as limitações de cada um, buscando direcionar o progresso profissional para áreas em que o funcionário acrescente com suas características;

  4. oferecer condições de segurança e saúde no espaço empresarial;

  5. reconhecer a realidade da organização e do mercado a fim de propor metas realistas.


Trabalhe a comunicação em todos os níveis


A comunicação empresarial deve ser trabalhada do macro — no âmbito do endomarketing — ao micro — no nível das relações trabalhistas e interpessoais — para funcionar adequadamente. Assim, estratégias que envolvem divulgar a cultura e os benefícios da empresa devem estar lado a lado com atitudes como:

  1. criação de um processo de feedback periódico;

  2. abertura para receber sugestões e críticas construtivas;

  3. implementação da transparência nas decisões;

  4. prática da escuta ativa e do acolhimento de visões diferentes.


Demonstre o valor do colaborador para a empresa


Ofertas de crescimento, plano de carreira efetivo, benefícios interessantes para cada perfil profissional e ações de reconhecimento devem formar um conjunto de políticas voltadas para a valorização dos colaboradores.


Tanto resultados quanto esforços na busca de progresso devem ser validados e recompensados para que os funcionários consigam perceber que o trabalho realizado realmente tem importância para a organização.


Estabeleça responsabilidades e competências para cada função


Com um plano de carreira funcional, a empresa também é capaz de definir as responsabilidades de cada função e associá-las a habilidades ou competências que qualificam um profissional para estar no cargo.


Ou seja, fornece clareza para o colaborador saber o que é esperado dele e como ele pode crescer na hierarquia organizacional. Ainda, garante que líderes entendam o dever que têm com sua equipe e o tipo de suporte que devem fornecer.


Mais que isso, se utilizado corretamente, impede contratações que não fazem sentido para as necessidades do negócio ou a atribuição de tarefas que não condizem com as capacidades do executor.


Outro aspecto disso fica por conta do estabelecimento de metas justas para todos. Elas devem ser atingíveis sem deixar de ser desafiadoras, exigindo uma análise realista do que cada um consegue entregar para embasá-las.


Capacite os colaboradores de forma plena


Não à toa o treinamento e desenvolvimento é uma das principais funções das equipes de Recursos Humanos. Afinal, esse processo representa um caminho efetivo para gerar mudanças positivas.


De técnicas operacionais às habilidades interpessoais, as capacitações ajudam a empresa a agir sobre o que está atrapalhando o bom funcionamento do negócio e, ainda, permitem impulsionar os funcionários.


Nesse cenário, as formações podem atuar nas causas do presenteísmo, ensinando meios para a gestão do tempo, liderança, comunicação, controle do estresse etc. Por outro lado, é fonte de motivação da equipe, já que serve como meio de reconhecimento.


Crie uma rede de apoio que promova a qualidade de vida


Mesmo quando as causas para o presenteísmo não são internas, os empreendimentos podem ajudar. Para começar, o fornecimento de apoio como assistência médica, psicológica, jurídica e contábil ajuda a eliminar uma série de preocupações da cabeça da equipe.


Além de terem efeitos práticos na resolução de diversos problemas, principalmente aqueles que estão parados por falta de informação sobre o que fazer, eles são benefícios bastante atraentes.


Outro elemento que deve ser promovido e orientado no ambiente de trabalho são as ações em prol da qualidade de vida. Afinal, alimentação saudável, exercícios, práticas de relaxamento e atividades de lazer são importantes para se ter uma mente focada.


Quais são as suas consequências mais significativas?


Você sabia que o presenteísmo não é só prejudicial para a empresa? Ele também gera consequências negativas para os funcionários. Confira a seguir como atinge um e outro!


Impactos para o colaborador


O colaborador que sofre com o presenteísmo involuntário ou por adoecimento tem que lidar com um conjunto de sensações e sintomas resultantes de doenças físicas ou mentais que realmente impactam na sua capacidade de trabalhar.


Aflição, angústia, cansaço etc., assim como outros males de origem emocional ou fisiológica e a frustração decorrente da improdutividade, são fontes de sofrimento que levam a procura por um escape para se distrair. Isso atrasa ou impede o progresso da carreira, muda a forma como encara a vida e diminui sua interação social.


Sem ser sanado, o problema gera a demissão do funcionário, elevando o turnover da empresa e criando um medo generalizado de dispensa. Ou seja, torna-se a base de um círculo vicioso que desencadeia novos casos entre os membros do grupo de trabalho.


A equipe ainda corre o risco de enfrentar tal dificuldade devido à necessidade de cobrir a carência causada por quem já apresenta o comportamento presenteísta ou por seu desligamento. Pois, tal sobrecarga leva a ressentimentos que, associados aos desgastes na convivência, tornam o clima organizacional insustentável.


Efeitos para a empresa


Nada mais significativo do que começar a lista de consequências do presenteísmo para as empresas tratando do seu impacto financeiro. Afinal, quedas de produtividade ou de qualidade reduzem a capacidade de entrega e os lucros.


A situação se torna mais séria quando causa atrasos que atingem os Clientes e, até mesmo, o cancelamento de pedidos. Sem falar nos custos para o pagamento de multas contratuais geradas por isso ou nos danos à imagem corporativa.


Como esse cenário não se limita ao colaborador que está passando pelo problema, mas afeta o funcionamento e o andamento do negócio como um todo, outros elementos que fazem o ambiente se manter em equilíbrio passam a apresentar dificuldades, incluindo:


  1. piora no clima organizacional;

  2. surgimento de conflitos internos;

  3. aumento das demandas para o restante da equipe;

  4. necessidade de contratação e treinamento de novos membros para o time;

  5. desorganização das atividades.


Em um efeito cascata, o empreendimento perde ainda mais rendimento e dinheiro, bem como amplia a possibilidade de haver novos casos de presenteísmo ou de adoecimento emocional por estresse.


Apesar de não receber tanta atenção quanto o absenteísmo e o turnover, o presenteísmo também afeta os resultados da empresa. Mais que isso, é o tipo de situação que faz com que a equipe se ressinta e passe a ter a mesma atitude, piorando o quadro. Portanto, comece agora a atuar para evitar isso, usando as dicas deste guia.


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